segunda-feira, 15 de março de 2010

Londres, impossível não gostar…( parte I)

 

“Put the cat out the bag!”

Com esta expressão os ingleses pedem que lhes contemos os nossos segredos . Em boa verdade não tenho muitos para contar , mas não me nego àqueles, que eles, os ingleses, me queiram segredar. Aguardo assim, impaciente, mais uma viagem à cidade de Sua Majestade e ai talvez os possa descobrir.

Chego entretanto…

A minha curiosidade esmaga-se aos pés de cidades como Londres que terão sempre mistérios, que jamais Sherlock Holmes ou qualquer detective empoeirado de um livro de Agatha Christie, poderão desvendar. Mesmo assim prossigo a aventura, que infelizmente ou talvez não, nada tem de policial. Remeto-me à minha insignificante veia de detective de lugares mais ou menos comuns. E descubro ainda assim um pouco da eclética Londres, onde sinto sempre uma sensação de liberdade diferente, onde podemos ser aquilo que quisermos.

E eu que queria ser a “Dra. Watson” ou a secretária aplicada de Hércule Poirot!

Enfim, deixo para trás os meus devaneios e começo pelo Bairro de Nothing Hill. Adoro o clima deste bairro. As casa Vitorianas, pequenas igrejas, o mercado de Portobello aos sábados, galerias de arte, restaurantes de onde se evadem miscelâneas indecifráveis de aromas e   uma das minhas lojas favoritas, a “The travel Bookshop” dedicada só a viagens. Lá o tempo pára e acabamos por desejar a eternidade para termos tempo para  conhecer todos os lugares descritos nos livros que povoam geograficamente a pequena loja.

P6090152Casas Vitorianas

P6090153                    Igreja no Bairro de Nothing Hill

The Travel Bookshop em Nothing Hill

 P6080135 Caminho em direcção ao bairro de Kensington. No inicio do Verão, quando o sol decide aparecer, os jardins convidam-nos a passear ou  a ficar sentados à beira de um colorido canteiro a olhar quem passa, comendo um enorme  Muffin recheado com pepitas de chocolate cujas migalhas um esquilito curioso decide provar.

P6090159  Bairro de Kensington

P6090168  Kensigton Gardens

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P6090174        Hyde Park

Após o merecido descanso continuo um longo caminho até ao centro da cidade. Ali e acolá surgem pequenos recantos, galerias onde se respira o snobismo inglês, arte, cultura, comércio de massas, multidões multicolores, antigo e moderno. Tudo a  que tem direito uma grande metrópole como Londres.

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P6080140Montra de uma loja

P6080136Galerias

P6080143      St. James Park

Continua…

 

quarta-feira, 3 de março de 2010

Pais Basco Francês

Gostaria em primeiro lugar de esclarecer que o País Basco Francês (em basco Iparralde) é a parte mais ocidental do departamento francês dos Pirenéus-Atlânticos, parte da região histórica de Euskal Herria (o grande País Basco).

Este destino surgiu um pouco por acaso. Como é hábito gosto de viajar pela Europa de carro, de me perder e surpreender com lugares que não estão assinalados nos guias, de poder voltar atrás e rever uma última vez aquela paisagem, aquele recanto, aquele pedaço de mundo…

Assim aconteceu no final de Agosto passado. A região escolhida para férias era a de Dordogne em França. Os dias estavam anormalmente quentes no norte de Espanha e ao atravessar a fronteira em direcção a França, decidimos sair do auto-estrada e tomar o sentido  Biarritz.  Pedia-se um pouco de mar. 

O calor convidava-nos a um refrescante banho naquela  famosa e  aristocrática estância de veraneio. Por isso seguimos avidamente o cheiro forte a maresia. Ao longe vislumbravam-se as montanhas Pirenaicas semelhantes a uma enorme fortaleza que se deixa conquistar com a aproximação do oceano. E no fim da longa viagem uma belíssima praia abre-nos os braços, seduzindo-nos a ficar.

Começamos por Biarritz, uma deliciosa e colorida mistura de burgueses decadentes e surfistas bronzeados, sentados junto à marginal esperando pelas  melhores ondas que naquele dia teimavam em não aparecer.

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Depois seguimos para San Jean de Luz , uma charmosa vila piscatória com uma praia paradisíaca, onde nos banhamos numa água do mar a uns surpreendentes 25ºc, algo que eu não imaginava que pudesse acontecer tão a norte.

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San Jean de luz

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Em Agosto é praticamente impossível conseguir alojamento nestes destinos de praia. Então desvia-mo-nos um pouco para o interior da região. Aí a paisagem está pontilhada de aldeias  que parecem perdidas no meio de um verde luxuriante e que se revelaram demasiado aprazíveis para que as pudéssemos deixar sem as desfrutar convenientemente. Para deleite dos nossos sentidos as cores fortes do azul, verde e vermelho que preenchem as portas e as portadas das janelas contrastam com o branco imaculado das paredes, transformando a paisagem basca numa espécie  de terra encantada de um qualquer conto infantil.

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Village de Sare - Praça principal

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O simples mas muito acolhedor Hotel Lastiry - Sare

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Sare – paisagem  idílica da aldeia

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Campo de pelota Basca - todas as aldeias Bascas que visitei  possuem um campo como este onde se pratica a curiosa modalidade que surgiu na Idade Média. Muitos desses campos situam-se junto ás igrejas.

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Ville de  AinhoaDSC06116

                                       AinhoaDSC06117  Ainhoa

DSC06121     Vegetação desta Região é exuberante e magnifica como é possivel ver neste pequeno recanto da ville de AinhoaDSC06153

Ville  D’Espelette – Famosa pelos seus pimentões que são pendurados a secar nas fachadas das casas.

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Rua movimentada de Espelette -  com convidativas esplanadas para ali ficarmos simplesmente a contemplar o curioso ambiente  que nos rodeia e que nos faz pensar em como a Europa pode ser um continente tão pequeno e tão surpreendente pela sua riqueza paisagística, arquitectónica e fundamentalmente pela diversidade de culturas.

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Le petit Rhune, um dos únicos trens de Cramalheira de França. Sobe ao monte Larrun a 905 metros de altitude, onde nos deparamos com uma vista deslumbrante sobre o Golfo da Biscaia.

DSC06188                                   Catedral de Bayona

Vale a pena deambular pelo Pais Basco. É realmente uma região que tem uma aura diferente, onde  as tradições são parte fundamental de um  povo que as quer preservar!

 

Informações úteis

Turismo:

http://www.tourisme-pays-basque.fr/

Ir:

De preferência ir de carro.São cerca de 1000 km a partir de Lisboa, em direcção à fronteira de Vilar Formoso, seguir por Salamanca, Burgos, San Sebastian e entrar em França pela fronteira de Irun, Hendaye.

Dormir:

http://www.hotel-lastiry.com/

A não perder:

Museu Edmond Ronstand - http://www.arnaga.com/

Le Petit Train de la Rhune -http://www.rhune.com/

Gutas do Sare - http://www.sare.fr/grottes_sare.html