quinta-feira, 15 de julho de 2010

Paris…(continuação)

Os arredores de Paris também nos oferecem alguns locais interessantes. Em outras viagens à cidade já visitei o palácio de Versalhes ou a famosa Eurodisney. Agora e apesar do pouco tempo disponível fui até ao famoso Chateaux de Vincennes. É uma obra  muito austera. Pode não ser um dos mais belos castelos franceses mas não deixa de ser curioso pela sua história e grandiosidade. Possui amplos relvados e vistas impressionantes sobre Paris e sobre o Bosque de Vincennes.

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O Château de Vincennes teve origem num pavilhão de caça mandado erguer por Luis VII, por volta de 1150, na floresta de Vincennes. É um palácio fortificado  sendo o mais importante castelo-forte Real francês que subsiste.  Foi habitação real durante dos séculos XII a XVII. A sua Torre de Menagem tem 52 metros sendo a mais alta fortaleza de planície da Europa. Foi erguida entre o século XIV e o século XVII. Foi Abandonado no século XVIII e o palácio serviu de local para a manufactura de Porcelana de Vincennes, precursora da Manufactura Nacional de Sèvres. Mais tarde  serviu de prisão do Estado a personalidades tão importantes como o rei Carlos IX que morreu louco na referida torre, o Marquês de Sade, Mirabeau e Diderot. Durante a 2ª guerra Mundial foi quartel das tropas nazis que ali fizeram muitos interrogatórios, torturas e até execuções de resistentes.

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Actualmente está sob a alçada do do Ministério da Cultura, por ser um monumento histórico e do Ministério da Defesa, pois alberga o Serviço histórico da Defesa. Foi recentemente restaurado e hoje podem visitar-se muitas das suas instalações onde se destacam  os apartamentos Reais.

IMG_0098 É muito fácil chegar ao Chateaux de Vincennes porque existe metro desde o centro de Paris até ao local, numa viagem de cerca de 15 minutos. a estação de metro têm mesmo o nome de Chateaux de Vincennes.

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Para mais detalhes pode consultar-se http://www.chateau-vincennes.fr/.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Paris ainda…

Quando sonho que estou no Paraíso, a acção decorre sempre em Paris.” (Ernest Hemingway)

É um pouco isso que também acontece comigo. Quando estou em Paris só vejo o lado belo da vida porque quando olho em meu redor tudo parece estar ali prepositadamente para me presenciar com majestosas vistas. A arquitectura desta cidade tem esse condão de nos enfeitiçar em cada esquina, em cada rua , em cada bairro que percorremos. Quando menos esperamos lá está mais um belo edificio, uma fonte, uma ponte, uma simples janela ou uma varanda de ferro forjado como são a maioria das varandas dos prédios do centro da cidade.

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O edificio da fotografia abaixo é do edificio junto ao Museu Du Quay Branly (museu de colecções de objectos de arte africana, asiática da oceania e américas). Toda a fachada está coberta de plantas.

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IMG_0167Mas esta predilecção por uma arquitectura memorável consubstancia-se em todos nós através de um edificio que jamais fará sentido fora de Paris, a magnifica Torre Eiffel. Por mais  controvérsia que tenha gerado aquando da sua construção, não consigo imaginar a cidade luz sem a altissima torre.

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Apesar de sua estrutura colossal à época, a Torre Eiffel foi construída para a Exibição Universal de 1889 e previa-se a sua demolição após a Exibição. No entanto começou a ser usada para estudos meteorológicos e o bom senso de grande parte dos parisienses evitaram que tal ocorresse.

IMG_0159 A Torre tem 300 metros de altura. Somando-se a extensão da antena, a altura total  é de 320,75 metros. Pesa  sete mil toneladas, incluindo 40 toneladas de tinta. Possui 15 mil peças de aço e 1652 degraus até o topo. Actualmente possui um sistema de elevadores que permite subir ao topo e dai obtem-se uma vista panorâmica da cidade de tirar o fôlego.

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IMG_0173 Ao deixar a torre atrás de mim sempre à espreita por entre os belos prédios  e o Sena, vou pela margem esquerda até à ponte Alexandre III contruida para exposição universal de 1900 e que reflecte a fantasia e elegância da Belle Époque em Paris.

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Ao fundo avisto os Invalides, um monumento que era um antigo Hospital Militar, (dai o nome) e que na sua igreja do Dôme, com uma enorme cúpula dourada, alberga o túmulo de Napoleão.

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Está a anoitecer. A noite está agradávelmente quente. Nesta altura do ano só anoitece por volta das 22.30h. Por isso apetece ficar a ver o pôr do sol sobre o Sena, bebendo um granizado de frutos do bosque que surgiu no momento em que a sede e o calor  já apertavam, fazendo do suave gelo aromatizado um verdadeiro nectar dos deuses.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Paris je t’aime plus!

“Respirer Paris, cela conserve l'âme.”  (Vitor Hugo)

Quando deambulamos pela cidade respiramos um ar impregnado de pequenos  pormenores que a fazem saber conservar o seu charme, a sua sedução.

Uma desses pormenores incontornáveis são as esplanadas abertas sobre as ruas movimentadas, onde os parisienses e os turistas se deliciam com um elegante copo de vinho  em boa companhia ou solitariamente, depois de um dia quente de Verão. As esplanadas estão por todo o lado, desde a mais pequena e desconhecida rua aos grandes boulevards. No horizonte  surge sempre uma esplanada de cadeiras de verga ou almofadadas de cores quentes, estratégicamente alinhadas para poder receber muitos clientes.

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As flores são outra constante  nesta época do ano. Nas floreiras das varandas, nos pátios interiores, à porta dos grandes “magazins”, nos jardins, junto aos monumentos,está sempre presente esse colorido que nos suaviza o olhar ou  o aroma a alfazema e jasmim que delicadamente nos convida a inspirar a alma de Paris.

IMG_0078 Église de la Madeleine

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IMG_0111 E temos a arte, as galerias de arte na Rive Gauche (margem esquerda do Sena), os artistas de Montmartre,um pintor frente ao seu cavalete interpretando uma fachada gasta, uma rua decadente ou as cúpulas do Sacré Coeur. Pode-se imaginar facilmente que é Renoir, Picasso ou Utrillo. Também temos as esculturas que se espalham pelos parques, uma ou outra entrada da estação de metro,a originalidade das montras de chocolates, doces e afins, as praças, os Museus, a música de um grupo de cerca de vinte violinistas e violoncelistas que casualmente tocam Vivaldi nos subterrâneos do metropolitano. A arte é também parte da composição do ar citadino e cosmopolita desta urbe cada vez mais multicultural. Só quem gostar de arte saberá apreciar verdadeiramente Paris.

IMG_0073                     Montra da famosa pastelaria Ladurée e os seus tradicionais Macarons

IMG_0127                    Estátuas dos Jardins du Luxembourg e o Panteão ao fundo.

IMG_0027 Entrada da estação do metro na zona do Palais Royal

IMG_0090 Músicos no metro

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Paris je t’aime!

Paris nunca me desilude!

Continua a ser a mesma cidade vibrante, onde se respira arte, história, requinte, romance, enfim tudo aquilo que nos leva como que a um novo despertar, depois de algum tempo adormecidos nas repetitivas e mundanas intermitências da vida.

Podem dizer que Paris está fora de moda, que existem outros destinos muito mais apelativos. Aceito mas não me convenço. Para mim continua a ser a cidade das cidades.

Quando cheguei hoje, ao inicio da tarde o meu estado de espirito, por razões várias, não era o melhor. No entanto ao aproximar-me dos jardins  do Palais du Luxembourg , perto da Sorbonne onde fiquei instalada, a música clássica  que se evadia de um coreto onde uma orquestra a tocava na perfeição, fez-me respirar profundamente e compreender que a vida pode realmente ser sempre algo mais. Esse efeito terapêutico, quase instantaneo, aqueceu-me a alma e não fossem as saudades da minha filha que gostaria que estivesse aqui comigo para a ensinar também a gostar de Paris, o momento seria de completa evasão.

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IMG_0023 Estou em Paris para adquirir um pouco mais de conhecimento. Os cursos que vou frequentar, na área do ambiente e da culinária serão o ponto de partida. No entanto percorrer esta cidade, observá-la, reencontrá-la, fará igualmente parte desse enriquecimento que só o acto de viajar nos pode dar.

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Apeteceu-me começar pelo mais que conhecido quarteirão do Louvre. A tarde estava tão agradável que nos convidava a passear pelo Jardim das Tulherias situado entre o Museu do Louvre e a Praça da Concórdia. Foi criado no século XVI, no estilo italiano, por ordem de Catarina de Médicis, para decorar o entorno do palácio das Tulherias, onde passava seus tempos livres.

No séc. xvII o arquiteto André Le Nôtre, autor do jardim do Palácio de Versalhes transformou-o num jardim no estilo francês, formal e simétrico, cheio de estátuas ornamentais que hoje o caracteriza.

Actualmente oferece também uma pequeno parque de diversões , do qual ressalta à vista a roda gigante.

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Depois apetece ficar sentado numa das cadeiras tipicas dos jardins da cidade, que levamos para o recanto que mais nos agradar, para ficarmos a contemplar o enorme movimento de turistas que povoam a cidade, principalmente nesta época do ano. Eu escolhi sentar-me ao sol junto a um dos vários tanques do parque, adornados com repuxos e belas estátuas, onde algumas crianças brincavam com pequenos barcos à vela. Para acompanhar tão repousante descanso fiz-me acompanhar de um delicioso gelado de frutos secos e maracujá vendido numa carrinha colorida, situada num canto do parque.

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Para termos consciência de que Paris é realmente uma cidade única só precisamos de ir ao terraço do jardim, em frente ao obelisco da Concórdia. Para além das estátuas e das fontes, por cima dos castanheiros gigantes, sobressaem a torre Eiffel e a Avenida dos Campos Elisios, coroada pelo vitorioso arco do Triunfo. São horizontes de ininterrupta grandeza aquela que avistamos neste local previligiado situado na margem direita do Sena.

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Retemperadas as forças serpenteio o Sena. Como  li algures é o colar de ãmbar que rodeia Paris, quando o sol se reflecte nas suas águas como acontecia hoje ao entardecer. Das suas inúmeras pontes a paisagem é sempre arrebatadora. Mais ainda se acrescentarmos ao põr do sol o som da música saída do saxofone de um americano que a medo lá pedia umas moedas para prosseguir a viagem demorada pela Europa como acabou por esclarecer.

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Amanhã Paris continuará à minha espera como uma boa amiga que gosto de rever……..