Depois de alguns destinos conhecidos chegou a hora de me apear em Portugal e no que tem de mais genuíno, as suas aldeias.
Oriola acalma-me com a sua beleza quando quero escapar do bulício da vida urbana.Possui um encanto que contempla na perfeição a típica aldeia Alentejana. Casario branco, largas chaminés descansando sobre os telhados, ruas empedradas, a pequena capela, a torre do Relógio no centro da aldeia em frente ao pequeno jardim e silêncio… muito silêncio…
Fica situada na fronteira do Alto Alentejo com o Baixo Alentejo, no concelho de Portel. A importância da Vila de Oriola pode ter raízes no período Romano já que na sua área, se encontram vestígios da ocupação romana e a sua origem toponímica deriva de Auréola ou Aurea Ora (zona de minas de ouro). No ano de 1282 recebeu foral dado por D. Dinis, e ampliado em 1516 por D.Manuel I. Possuía este Concelho duas paróquias a de Nossa Senhora da Assunção do Bomalbergue, à volta da qual se desenvolveu a primeira povoação e a de S. Bartolomeu do Outeiro ou Oriola de Cima. Foi Vila e sede de Concelho até 1836. Actualmente a igreja de Nossa Senhora da Assunção situa-se na herdade das Torres, separada da aldeia pelas águas oscilantes da Albufeira que transformam a aldeia numa espécie de península.
Torres da Herdade das Torres
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção - Oriola
Todos os seus caminhos num ou noutro sentido vão dar à água proporcionando paisagens magnificas, sobrevoadas quase todo o ano por cegonhas que fazem ninhos aqui , acolá, e que se passeiam nas margens batendo os bicos num batuque ritmado. No horizonte a planície estende-se entrecortada por pequenos planaltos, encimados por sobreiros e azinheiras. Junto aos riachos que se formam no Inverno, habitam frondosos choupos que no Verão quente nos presenteiam com a sua refrescante sombra. Por vezes somos surpreendidos com um cágado que se aquece ao sol da tarde, por uma ninhada de patos que seguem desajeitadamente os progenitores, por um peneireiro das torres ou outra espécie de ave de rapina.
Nos limites da aldeia o espelho de água da Albufeira agrada-nos, principalmente no Estio abrasador. Algumas estradas desertas , parcialmente cortadas pelo leito da barragem, convidam a passeios de bicicleta ou a pé. Vaguear junto ás suas margens repousa-nos e reabastece-nos com todas as forças que nos permitem continuar…